Morada comum
Águas passaram, perdas, vidas sem amores
Coração que não se afoga, resiste
Fiz o caminho de volta pra ver o que iria encontrar
Vicasa(s) que já não existiam mais, a minha transc(al)orreu e continua única
Tentando entender, querendo pegar meu caderno para escrever
Os braços cansados do surf de hoje de manhã
Da rodoviária, na viagem de ônibus pra cá não consegui me concentrar pra ler
Minha mente sai das palavras, do livro e vão longe pra formar outras palavras:
SOMOS TODAS, um pouco de cada amiga, imbricadas na complexidade de nossos telhados
Continuamos crescendo, amadurecendo, na mesma morada
Lembrando de cada uma, percebo que temos um pouco de cada uma em nósNas afinidades, algumas pra trás, outras pra frente, se formando cada vez mais
Na mochila que viaja
Nas amigas que encontro e naquelas que sempre fazia questão de encontrar
Na transição ou mudança de profissão, na bagunça da vida à organização de partes dela
Nas festas que antes terminavam tarde, que agora terminam mais cedo
Dos anos que passaram e nos encontros que nos realizam
No sol ou sem sol surfamos as ondas com riso e alegria
O riso ampara, contém
Longe do continente, perto o suficiente a avistamos, franca, verdadeira a baleia, que brinca que vive da forma que tem que ser
Coração precisa rir
Eu preciso escrever, as vezes voltar e lembrar de quem sou
Yumie Okuyama
Desafio 90/90 – escrever um conto, um poema, uma página por dia.
87/90 – Viagem para o Rio Grande do Sul
02/10/2024
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