Escrita terapêutica: Morte
Neste momento eu me sinto tranquila em estar aqui participando do grupo escrita terapêutica. Uma certa apreensão que não sei dizer ou explicar talvez por estar online com várias mulheres e tendo que dividir uma tela com várias outras telas menores e só pode-se observar, difícil puxar conversa com alguém que está ao lado sem chamar a atenção de todas.
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Quando eu penso na morte eu fico apreensiva, sinto saudade. Mas fico mais apreensiva, as vezes me preocupo, tenho medo, penso nos meus filhos não quero deixá-los, penso na minha mãe tenho ainda coisas para saber e aprender com ela. Quando eu penso na morte penso que quero viver. É difícil se desvencilhar da tensão e preocupação que isso gera, mas também não dá para parar, paralisar mesmo que por um instante a vontade seja essa. Quando penso na morte, penso também que tenho que confiar, ter fé e seguir vivendo. Sei que em algumas coisas me sinto paralisada.
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Eu gostaria que morressem os julgamentos maldosos, a humilhação em todas as suas formas, as doenças da alma, a ignorância de não querer aprender...
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Se eu soubesse que eu tenho apenas três meses de vida o que eu faria ... viveria cada dia junto com a minha família, recebendo o conforte deles, seus beijos e abraços! Continuaria indo ver o mar e surfando, faria tudo exatamente como estou fazendo hoje, talvez não gastaria muita energia saindo de casa ou viajando porque tenho tudo de bom na minha casa. A não ser que fizessem questão de estar comigo em algum lugar especial – de preferência na natureza. Escreveria uma carta para todas as pessoas queridas e especiais que eu pudesse me lembrar, deixaria uma mensagem do quão especiais elas foram para mim, e desejaria que elas fossem felizes e que sempre buscassem a felicidade. Escreveria também o quanto eu sou feliz talvez ajude ou motivem as pessoas a se encontrarem. Abraçaria meus filhos todos os dias, falaria eu te amo para o meu amor em toda oportunidade que eu tivesse, reuniria meus amigos e familiares em uma grande festa. Como Ana Claudia Quintana Arantes escreveu a morte é um dia que vale a pena ser vivido.
Yumie Okuyama
Oficina: A palavra que cuida. Grupo de Escrita terapêutica - Tema: Morte
Escrever de forma livre sem se preocupar e/ou pensar - fluxo de consciência para aquecer e entrar em contato consigo.
*Respirar/se conectar
Engraçado, eu vivi em dois momentos a experiência da morte em minha família.
ResponderExcluirPrimeiro com meu marido, que teve diagnóstico de morte, com
61 anos .
Não quis fazer nada, tomar remédios, etc...
Quis viver a vida, passear , ficar com a família e trabalhar ( viveu 3 anos).
Enfim, tentar viver uma vida normal.
A segunda morte na família, foi da minha mãe com 95 anos.
Ela não queria ir embora.
Ficou revoltada.
Tentando fazer com que os filhos, ficassem penalizados por ela ir embora.
Eu tive a mesma reação nos dois casos.
No momento de levar p o hospital, tanto um qto o outro eu me esquiveie (vitei, afastei, atalhei).
Foi difícil entregar, a pessoa que amo.
Tanto o marido qto a mãe!
Qdo eles estavam na UTI, sabia que não tinham volta.
Mas, meu sub consciente dizia p eu ir falar com eles p ter força p se recuperar. E eu acreditava na recuperação.
Algo muito esquisito esse sentimento.
Como será se eu tiver um diagnóstico de morte.
Não tenho ideia.
Talvez faça como meu marido; tentando viver uma vida normal.
Ou como minha mãe: castigando os que amo? Culpando pela minha partida!
Só sei que o AMOR tem que superar.
E, que eles só foram primeiro que eu!
A morte é um assunto que aprendemos a não falar, evitar, nos constrange, parece que é algo negativo. Mas depois que eu li "A morte é um dia que vale a pena ser vivido"de Ana Cláudia Quintana Arantes - comecei a pensar na morte de outra forma querendo viver (e amar) cada vez mais. Obrigada mais uma vez pela troca não é fácil quando alguém se vai, tem coisas que não consigo imaginar.
ExcluirAprendi falar da morte, após a partida do meu marido.
ResponderExcluirHoje faço parte de um grupo de WhatsApp ( médicos, enfermeiras, psicólogos, e pessoas comum como eu).
Chama: DEACh CAFÉ - Rio Preto