Desproporcional
Grande e desproporcional é a minha dor em relação ao meu corpo.
Faço, refaço, me cobro e me desdobro que dor que escondo nesta cabeça enfezada.
Enfezado estou dessa dor.
Encha de queixa essa cabeça.
E vai se enfezar da vida.
Abaporu quem és tu hoje? Continua desigual?
Te imagino com uma cabeça grande de preocupações e cobranças, pesando para frente, um peito pequeno,
uma barriga vazia sem fome, uma bunda grande de tanto ficar sentado conectado com o mundo, pernas
longas e finas com pés pequenos balançando no ar desconectados e perdidos, desesperados com uma dor
emocional.
Yumie Okuyama
Escrito em 07/10/23 - Clube de escrita
Roube (como) um artista - Inspirado na tela da Tarsila do Amaral – Abaporu (1928)
https://www.bbc.com/portuguese/geral-47808327
Gostei muito deste poema “Desproporcional” , Yumie! Me vi nele. Obrigada por compartilhar.
ResponderExcluirEscrevendo e lendo (e ouvindo) os feedbacks sinto meus pés mais próximos do chão ;)
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